MG: Programa Miguilim começa a atender estudantes indígenas em Itabira

O Governo de Minas Gerais iniciou a implantação do Programa Miguilim nas escolas indígenas do estado, com um piloto realizado nas cidades de Carmésia e Guanhães, na região de Itabira. A iniciativa, que leva triagens visuais e auditivas a crianças e adolescentes da rede pública, busca garantir condições mais justas de acesso à saúde e ao aprendizado, especialmente para povos originários. Até 2026, o programa estará presente em todas as escolas indígenas mineiras.

Desenvolvido em parceria entre as secretarias estaduais de Saúde (SES-MG) e Educação (SEE-MG), o projeto conta também com apoio do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), lideranças locais e unidades regionais de saúde e educação. Profissionais das áreas foram capacitados para identificar precocemente problemas de visão e audição, fundamentais para o desempenho escolar. “O piloto foi pensado especificamente para o estudante indígena”, destacou Sílvia Moraes, analista educacional da SEE-MG.

A subsecretária de Redes de Atenção à Saúde da SES-MG, Camila Castro, reforçou o compromisso de ampliar as ações já realizadas no estado para populações historicamente vulneráveis. Segundo Andressa Duarte, referência técnica da Saúde Indígena da Gerência Regional de Saúde de Itabira, é essencial considerar as especificidades culturais e linguísticas dessas comunidades. “Não há diferença no atendimento, mas precisamos respeitar as particularidades para garantir efetividade”, explicou.

Inspirado no personagem Miguilim, criado por Guimarães Rosa, o programa busca promover uma transformação semelhante à do menino sertanejo que, ao ganhar óculos, passou a enxergar o mundo de outra forma. Além de fornecer óculos e aparelhos auditivos, o Miguilim também custeia consultas especializadas e exames, detectando precocemente necessidades que poderiam afetar negativamente a vida acadêmica dos jovens mineiros — agora também dos povos indígenas.
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